É início de Copa do Mundo e, no país do futebol, o clima é de festa. As famílias e os amigos se unem para acompanhar os jogos e vibrar por nossa seleção. Entretanto, durante a comemoração, muitas pessoas aproveitam para celebrar de uma forma que prejudica, e muito, a saúde dos bichinhos de estimação e, pior, coloca em risco suas vidas. Estamos falando dos fogos de artifício, um vilão especialmente para os cães, que possuem audição extremamente sensível, podendo escutar o som em até 45mil hertz.

No primeiro jogo do Brasil na copa, logo após o gol, muitos rojões e bombas explodiram e ele, com muito medo, quebrou a janela de vidro com a pata e com a boca, e ficou bastante ferido na boca, por conta dos cacos que se quebraram.

Felipe BarbieriMágico e Youtuber

Alerta da veterinária do MédicoVet

De acordo com a veterinária Dra. Helanéa Vieira, o cachorro tem a sensibilidade 4 vezes maior que a humana nos ouvidos e, por isso, o som dos fogos causa dor, os deixa nervosos, inquietos, com alta salivação, começam a latir, a uivar e, nesta intensa excitação negativa, o animal entra em atrito consigo mesmo.

“É nesse momento que ele pode entrar em um processo de convulsão, o que é mais comum do que se imagina. Além disso, todo esse quadro coloca a vida do cachorro em risco, ocasionando, inclusive, o óbito dele. Portanto, é preciso que as pessoas pensem nos bichos antes de soltar os fogos. Alguns se debatem no chão em um ato de desespero, outros pulam o muro e fogem de casa, pois estão com medo e vão em busca de um ambiente escuro para se esconder”, relata a especialista do MédicoVet.

Uma história real e quase trágica!

Gilby, de Jaú-SP, cão da raça Kuvasz do youtuber Felipe Barbieri, foi uma vítima dos fogos no primeiro jogo do Brasil. Nos stories de seu Instagram, o mágico compartilhou com os seguidores o quanto o seu melhor amigo sofreu. Confira o depoimento do tutor e note as proporções que este ato causa em um animal:

“O Gilby sempre fica aflito com fogos de artifício. No começo, ele arrancava as cercas de madeira de aproximadamente 1 metro e meio com a boca e fugia. Para solucionar essa questão, colocamos alambrado de ferro em toda a parte que ele fica, mas ele começou a arrancar o alambrado também, quebrou alguns dentes e cortou a gengiva. Agora, para ele ficar mais calmo durante os fogos, a gente costumava prendê-lo em um quarto, mas, no primeiro jogo do Brasil na copa, logo após o gol, muitos rojões e bombas explodiram e ele, com muito medo, quebrou a janela de vidro com a pata e com a boca, e ficou bastante ferido na boca, por conta dos cacos que se quebraram.

Tiramos ele e o nossa outra cachorra de perto do vidro, para eles não se machucarem mais, limpamos tudo e, como o corte dele era na boca, dei bastante água e uma pedra de gelo pra ele lamber, para ajudar a estancar o sangramento. Conforme orientação do veterinário dele, a partir de hoje, teremos que dopá-lo durante jogos de futebol, festas juninas, natal e ano novo, que são os períodos mais críticos”, conta Barbieri.

Quais são os problemas que os fogos de artifício podem causar:

  • Ferimentos, pois, devido à excitação, o animal pode se machucar com objetos cortantes;
  • Brigas com outros animais, até mesmo os que convive;
  • Traumas emocionais;
  • Ataques aos donos e a outras pessoas;
  • Fugas, seguidas de atropelamento e outros acidentes;
  • Mutilações, no desespero de fugir ao atravessar grades e portões;
  • Convulsões, principalmente em cães de mais idade.

O que fazer durante os fogos?

“Na medida do possível, você pode ajudar o seu animal e aliviar os efeitos, mas, infelizmente, não há como eliminar o sofrimento que eles vão sentir. Caso você precise deixá-lo sozinho, o que deve ser evitado, ligue uma música suave e mantenha o ambiente mais escuro, o que causa um certo conforto”, orienta a veterinária do MédicoVet Dra. Helanéa Vieira.

  • Não deixar o animal sozinho;
  • Mantê-lo no mesmo ambiente que você;
  • Fechar as janelas para reduzir o som dos fogos;
  • Caso o animal esteja muito agitado, converse com ele com tranquilidade e demonstre que está ali para ajudá-lo;
  • Colocar um algodão no ouvido do cão durante o jogo;
  • Manter a coleira do cachorro com identificação, para o caso de fuga;
  • Em situações mais graves, é possível que o veterinário avalie e prescreva, em uma consulta presencial, um tranquilizante para manter o pet livre de perigo.

Mensagem final:

Conforme citado pela veterinária Dra. Helanéa Vieira, do MédicoVet, é preciso que as pessoas, que tem ou não animais, se lembrem do quanto eles são afetados por essa ação.

“Há diversas formas de celebrar os bons momentos e as conquistas, de modo que não prejudique os pets e, inclusive, crianças, pessoas idosas ou com determinados distúrbios”, alerta.

O youtuber Felipe Barbieri, faz um pedido neste mesmo sentido, especialmente após a experiência que teve com o cão.

“Gostaria que as pessoas tivessem um pouco mais de empatia para com os animais, que nos dão tanto amor e carinho e nós retribuímos com essas crueldades. Ninguém vai morrer, ficar doente ou vai perder uma festa porque deixou de soltar fogos, ao contrário dos animais que muitas vezes acabam se machucando e até morrendo por conta disso”, finaliza.

Em busca de aconselhamento veterinário , seja onde você estiver, conte com a equipe do MédicoVet: somos uma plataforma de orientações veterinárias online, via Web ou App, disponível para acolher você e o seu animal quando for preciso. Baixe nosso aplicativo e sinta-se seguro em seu lar ou durante uma viagem!